terça-feira, 21 de setembro de 2010

Avatar (2009)

A ideia para o filme Avatar já vem de '94, ano em que o famoso e respeitado James Cameron começou os primeiros rabiscos para o filme Titanic. Não foi possível realizá-lo na altura por requerer tecnologia ainda muito pouco testada.

O filme - uma aventura de ficção científica - trata de uma tribo Na'vi, residente numa espécie de planeta chamado Pandora, que possuem um mineral muito apetecido pelos humanos. O problema é que as condições atmosféricas de Pandora não se coadunam com o tipo de vida terrestre, daí a necessidade de criar um Avatar (uma espécia de humano-Na'vi) para poder viver nesse planeta o tempo suficiente para roubar o que de precioso lá existe.

A expectativa para este filme foi grande, o orçamento de produção foi o maior de sempre (237 USD), o rendimento superou-o, contudo a academia decidiu premiar um filme pouco badalado e curiosamente realizado pela ex-companheira de Cameron.

A verdade é que Avatar é uma obra prima cinematográfica e que mudará certa e infelizmente o rumo do cinema, sendo isso bom ou mau, ainda que não venha ao caso. Acabou por arrecadar 3 óscares técnicos na cerimónia (cinematografia, efeitos visuais e direcção de arte) embora tivesse nomeado para mais 5, entre eles o de melhor actor e de melhor realizador. Não fiquei surpreendido com os resultados. Teria ficado surpreendido (talvez até indignado) se Avatar conquistasse a estatueta de melhor filme.

A grande inovação (leia-se decepção) em Avatar foi a produção com a tecnologia 3D, o que explica todo o hype em torno do filme. Avatar é um misto da história do Matrix com Pocahontas. O resultado saiu pior que a soma das partes.

Tecnologia 3D

Existem relatos de espectadores que não lidaram bem com os óculos 3D e eu fui um deles. Não fiquei fã nem tanto recomendo. O cinema analógico (desprezando o DIGITAL) é, a meu ver, insuperável. Se se procura realismo, não será nas 3 dimensões que se encontra. Na verdade, filmes rodados a 3D nem são de uma temática realista nem, dentro da medida, parecem mais realistas por serem assim produzidos.

Roger Ebert (Chicago-Sun Times) tem uma posição muito semelhante e referiu uma vez que "quando vemos um filme a 2D (normal), ele já está em 3D, pelo menos no que consta à percepção". Não podia ser mais verdade. Não são precisos óculos ou equipamento 3D para ver um filme com a terceira dimensão, que é a profundidade. Ela está filmada. Todos nós distinguimos se uma personagem se aproxima ou se afasta do ecrã. Ou se um objecto lhe está acessível ou não. O que o 3D faz, na verdade, é desviar a atenção do espectador para efeitos descompensados. Isso traduz-se numa distracção do essencial - o filme.

Parece-me que, na verdade, 3D significa: distração, distorção e desproporcionalização.

Avaliação (1-5 estrelas):

Analyze That // Outra Questão de Nervos (2002)

Se viu o primeiro filme desta saga, vai certamente ver este. Se apenas viu este, vai ficar curioso em saber a origem das dos distúrbios emocionais do respeitado mafioso Paul "The Boss" Vitti. E é aqui que entra "Analyze That", do mesmo realizador da prequela.

Analyze That conta a segunda parte da história do paranóico Paul Vitti (De Niro) e da sua reabilitação psiquiátrica com o Dr. Sobel (Billy Crystal). Para não fazer spoilers em relação ao filme anterior, não revelarei muito sobre esta sequela.

São dois filmes seguramente complementares. A prestação dos actores mantém-se muito fiel em ambos os filmes e Robert De Niro volta a fazer magia nesta comédia para todas as idades. E é precisamente isto que faz o filme: um conjunto de actores muito preciosos a fazer o que melhor sabem. E sabem-no irrepreensivelmente. De outra forma seria mais uma comédia engraçada de Domingo à tarde.

Como dizia o poeta, tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Portanto, se o caro leitor estiver com vontade de dar mais gargalhadas sempre que ouve o De Niro dizer "No, you're good!", veja este filme. Hoje!

Avaliação (1-5 estrelas):

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Analyze This // Uma questão de nervos (1999)

Robert De Niro volta a interpretar papel de mafioso Italiano nesta comédia muito carismática de Harold Ramis (Ghostbusters) em tom de sátira ao Godfather. Em Analize This, Paul Vitti (De Niro) é um gangster respeitado em NY que começa a ter todos os sintomas de depressão porém recusa-se firmemente a aceitar o facto de precisar de apoio psiquiátrico. Eis que conhece o Dr. Ben Sobel (Billy Crystal), psiquiatra prestes a casar. Paul Vitti não só reconhece que precisa de ajuda como dispõe da vida do Dr. Sobel de uma forma incontornável.

Este filme tem um argumento muito interessante e De Niro tem uma interpretação de mestre com direito a todas aquelas analogias faraónicas a que nos habituou e que já lhe valeram os dois óscares da academia.

Analize This ganhou o 'óscar' para filmes de comédia, entregue pela American Comedy Awards e esteve nomeado para dois globos de ouro, respectivamente melhor filme e melhor actor em filme de comédia por Robert De Niro.

É um filme altamente recomendado para quem gostar de dar umas gargalhadas valentes numa comédia gangster inteligente e bem disposta.

Avaliação (1-5 estrelas):

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Dia em que a Terra Parou // The Day the Earth Stood Still (1951)

'O Dia em que a Terra Parou' de Robert Wise (West Side Story) é um filme de ficção científica que retrata a vinda de um ser de outro planeta à Terra. A missão do estrangeiro é simples, avisar os Terrestres que somos demasiado conflituosos e que estamos prestes a levar um açoite planetário.

Este filme tem um argumento interessante (baseado no livro 'Farewell to the Master', Harry Bates) e uma fotografia notável para a década. Os efeitos especiais estão ao nível do que melhor se fazia no início dos anos 50 o que permite que o meu caro leitor passe uma hora e meia muito agradável. Se é um espectador curioso repare na filmagem de abertura e de encerramento da porta da nave espacial. São a mesma filmagem, só que rebobinada.

A má notícia é que esta pérola já fez as bodas de ouro, portanto, pode ser um pouco difícil de encontrar, até porque há um filme recente com o mesmo nome. A boa notícia é que os canais TVCine têm momentos de muita sobriedade e já passaram este filme várias vezes. É uma questão de estar atento à programação.

'O Dia em que a Terra Parou' é, além de um filme, uma lição. É uma palmada pacífica nesses seres auto-destrutivos a quem chamamos Humanos.

Se não viu, veja. Se já viu, veja outra vez!

Avaliação (1-5 estrelas):